MÁ CARA / DENEB
Com os seus 100 anos, a
história é longa! DENEB irá ter novos donos, mas tenho a obrigação de
transmitir para os nossos vindouros, o que sei o que me contaram, sobre este
lindo barco.
Caíque Junto ao Cais |
Bandeira do Caíque Sta. Rita, com iniciais Trindade de Sousa |
Por volta de 1907, nas
tripulações destes barcos havia um tripulante
do caíque Santa Rita, cujo Armador Olhanense, António Trindade de Sousa, avô de António Carlos Mendes de Oliveira Trindade de Sousa.
Má Cara |
1933 o Tenente António Ferreira Trindade de Sousa |
do caíque Santa Rita, cujo Armador Olhanense, António Trindade de Sousa, avô de António Carlos Mendes de Oliveira Trindade de Sousa.
Com a inauguração da linha do Oeste, os
caíques começaram a ficar para segundo plano, dos primeiros a deixar de fazer esta
viagem entre os dois portos foi o Santa Rita.
O armador apaixonou-se
pela terra, e por uma jovem menina natural de S. martinho do Porto, D. Elisa Ferreira,
Má cara, já falava em não voltar para Olhão, dado que S. Martinho oferecia
melhores condições para o futuro, seguiu o exemplo do seu armador, e em
simultâneo decidiram mudar armas e bagagem para S. Martinho.
Quando começou a residir em S. Martinho, apresentou-se com o nome de Má Cara, provavelmente apelido de família que existe na região de Olhão, no entanto como tinha um ar de poucos amigos, pouco
falador, comentava-se que era um nome bem dado.
Trabalhou ou tinha, um negócio de venda de sal e frutos vindos do Algarve, na
rua R. Marquês de Pombal, sendo a sua ultima residência na Rua da Liberdade Nº 4.
DENEB Trindade de Sousa e sua namorada |
DENEB 1933 |
Como S. Martinho do Porto, na altura era frequentada, pela nobreza que o Rei
D. Carlos, tinha arrastado consigo, e também por agricultores abastados do
Ribatejo e Alentejo, com naturalidade os botes começaram a ser construídos, em
estaleiros da nossa terra.
O tal MÁ CARA, homem habituado ao mar e barcos, mandou construir ao
carpinteiro naval sr. Roque, que tinha o seu estaleiro no cais, um barco que
pudesse competir com os demais.
DENEB com vela latina 1933 Trindade de Sousa Com o Seu Fato de Homem da Marinha |
DENEB |
Porquê DENEB?
DENEB é uma estrela da
constelação Cisne, a 19ª mais brilhante vista da terra, e fica a
2000 anos-luz, como era um homem muito católico, acreditou que a luz que
brilhou, a quando do nascimento do Jesus Cristo, quando chegou à terra, coincidiu
com o lançamento deste barco à água.
Durante o tempo que este
jovem tenente, navegou por S. Martinho, a manutenção deste barco era feita pelo
grande mestre e carpinteiro Manuel Surdo.
Por morte do então comodoro António Ferreira Trindade de Sousa seu filho
foi o herdeiro legítimo, navegou com ele só com a sua armação de carangueja e
estais, a vela latina nunca a usou e nunca entrou em regatas.
DENEB a Caminho de Salir |
DENEB com Armação Carangueja 1933 |
Como o barco do Má Cara era uma lenda, um mito em S. Martinho do Porto, o
Dr, Pedro António do Vadre Castellino e Alvim, procurou-o com entusiasmo por todo o lado, até que acreditou
que o barco que encontrou na Cardarroeira (Casal Pardo) num armazém, era o Má
Cara, mas sem certezas algumas.
Depois de medidas rigorosas,
o carpinteiro naval sr. António da Nazaré,
construiu uma réplica fiel, daquele barco a que foi dado o nome de São
Domingos. Mais tarde, DENEB veio para uma cocheira em Alfeizerão. Nos anos
seguintes não foi à água, e o tempo passou sem voltar ao mar.
Pedro Alvim com o Mestre António na Nazaré |
DENEB na Cocheira em Alfeizerão 2012 |
Uns 30 anos passaram mas uma doença das que limita tudo, obrigou-o a desfazer-se
dele.
DENEB à Espera de Nova Cara |
Painel de Popa Novo, Balizas reforçadas |
Em Julho de 2012, fui busca-lo à dita cocheira, de
imediato comecei a tratar dele, começando por lhe dar uma “Nova Cara”, retirando
toda a tinta velha por fora, e dei aparelho.
Um dia o São Domingos abicou à praia eu estava lá! Fui
falar com o Pedro Maria Alvim, e pedi-lhe se me deixava dar uma volta porque
estava a recuperar o Má Cara e não percebia nada de botes ou vela. O Pedro M.A.
não queria acreditar, no que ouvia! Como tinha agora aparecido o barco passados
estes anos todos?
DENEB Com as Suas Balizas e Obras Mortas em Mau Estado |
Depois desta coincidência é que Pedro António do Vadre Castellino e Alvim acreditou
fielmente, que na verdade o barco que encontrou no Casal Pardo era o Má Cara.
Em Janeiro 2013, levei-o para uma serração em Alfeizerão
do meu amigo António Maia, a quem muito agradeço da sua disponibilidade e
liberdade que me deu, por poder utilizar toda a estrutura que dispunha.
Passados 45 dias de trabalho intenso, com 14 horas por
dia, e com temperaturas muito baixas, o barco ficou concluído de carpintaria.
DENEB Já a Caminho de Recuperado |
Tenho também por obrigação, agradecer ao meu amigo Aleixo
Coimbra, e António Carlos Mendes Oliveira Trindade de Sousa, todo o apoio que
me deram, sem as suas ajudas, o trabalho teria sido mais complicado e de
difícil resolução.
BENEB foi para a água em S. Martinho no dia 6 de Julho
2013, tive o prazer da companhia de minha mulher Maria Luísa G.A. Louro da Costa,
de meu genro Fernando Faria e de Pedro Maria Alvim, grande velejador e
conhecedor destes barcos, onde afirmou que o barco estava uma maravilha, com o
seu centro velico perfeito, oferecia uma navegação excelente.
Pintado Onde Realça a sua Elegancia |
Para comemorar o regresso deste barco à nossa Baía, a
bordo brindamos com uma garrafa de champanhe Moet&Chandon, e desejamos-lhe,
vida longa e muitas vitórias.
A Sua Proa com Muita Elegância e Beleza |
O nosso bride foi ouvido e na primeira regata que entrou,
“chegou viu e venceu”, palavras da direção do C.N.S.M.P.
Maria Luísa na Primeira Viagem Após Restauro |
Pedro Alvim, José Louro e Fernando Faria |
O Seu Primeiro Bordo a Caminho de Salir |
Entrega da Bandeira Registo na Marinha Tejo |
DENEB em Frente ao Cais das Colunas |
Livrete da Inscrição na Marinha Tejo |
E, de acordo com o regulamento publicado em Diário da
República http://projetoraposinho.blogspot.pt/p/marinha-do-tejo_10.html,
teve o direito de ir ao cais das colunas no
Terreiro do Paço em Lisboa, para poder receber a sua bandeira da Marinha
Tejo.
Em Frente ao Cais do Sodré com vento Rijo |
A Reboque do Varino para Lisboa |
A viagem entre Vila Franca e Lisboa foi composta por,
José louro, Luís Lamas e Aleixo Coimbra.
1º Lugar em regata e Barcos Embandeirados na Moita |
Projetos para o futuro continuar a estar presente
anualmente em:
- Na segunda-feira de Pascoa em Constância
De Barrete nas Festas da Moita Para Homenagear os Valentes Arrais Destas Embarcações |
- Junho no dia da Marinha Tejo.
- Nas festas do colete encarnado em Vila franca de Xira.
- Na regata das festas do Seixal.
- Nos meses de
Julho e Agosto em S. Martinho do Porto
.- Setembro na regata das festas da Senhora da Boa Viagem
na Moita.
- Na Real Regata do 5 de Outubro em Lisboa.
- E num futuro próximo, sem data marcada descer o rio
Douro entre Barca de Alva e o Porto, Em Olhão no Algarve, e em Espanha Vigo nas
Rias Bajas
Agradeço todo o apoio e informação dada por:
D. Maria Emília Jorge Faustino
Dr. Pedro António do Vadre Castellino e Alvim
António Carlos Mendes Oliveira Trindade de Sousa
António Carlos Mendes Oliveira Trindade de Sousa
Obrigado a todos
S. Martinho do Porto 28 de Outubro de 2014
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7371687684865555689#editor/target=post;postID=7268632031785373963;onPublishedMenu=posts;onClosedMenu=posts;postNum=5;src=link
A HISTÓRIA DO MÁ CARA/DENEBA HISTÓRIA DO MÁ CARA/DENEBhttps://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7371687684865555689#editor/target=post;postID=7268632031785373963;onPublishedMenu=posts;onClosedMenu=posts;postNum=5;src=postnameA HISTÓRIA DO MÁ CARA/DENEB